Um pouco da história da escola na comunidade de Sertão do Rio dos Sinos.

            Em 1975 a comunidade de Sertão ainda pertencia ao município de Santo Antônio da Patrulha e nesta mesma época começaram os primeiros esforços da comunidade para a construção da primeira escola da comunidade, pois a que existia ficava na localidade de Baixa Grande, um pouco distante de Sertão, o que dificultava para os alunos frequentarem aulas. Com os esforços dos pais e da comunidade em geral surgiu então a primeira escola, a Escola Municipal São João Batista De La Salle, batizada pela professora Loni Viana, em Alto Sertão.

            Os primeiros professores foram: Zélia Tomacheski, Leonor Viana, Leonir Viana, Isabel Falkoski, e Mailde da Cunha.

            Os primeiros estudantes foram: Maria Eloí, Izidoro, Manuel de Fraga, Armindo, Antônio. Seu João Jovêncio, Arlindo Pereira e Juvenal Machado foram os que se empenharam para a vinda da escola para esta comunidade.

            O empreiteiro e construtor foi o senhor Ireno Cardoso de Oliveira. Muitas pessoas também prestaram auxilio como: Lírio dos Santos, Vergilino Ferreiro, José Pinheiro, Francisco dos Santos e Adão Jerônimo (mais conhecido como Adão Chumbo).

Eram 30 crianças que estudavam no novo local. A primeira professora foi Aurea Bereta Ramos, depois Eliane de Souza, Elizabete Ramos e aposentada a alguns anos a professora Irenita Cardoso dos Reis.

            Depois de um tempo a comunidade ganhou outra escola a Escola Municipal Clara Camarão, ficando assim com com duas escolas, mais tarde a primeira escola fechou e a comunidade ficou apenas com esta ultima (Clara Camarão). Em 2004 foi feito o atual prédio onde a escola se encontra e esta passou a se chamar Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Eli Assunção dos Reis.

O entorno da escola parceira Eli Assunção dos Reis.

          O município de Caraá foi emancipado de Santo Antônio da Patrulha criado pela Lei 10641de 28/12/95, fundado em 22/10/95 e emancipado em 03/10/96. Caraá está localizado na região do Litoral Norte do Estado, limitando-se com Riozinho, Maquiné, Santo Antônio da Patrulha e Osório. O município possui uma área de 292,5km² e aproximadamente 8.000 habitantes.

          É nesse contexto que está situada a comunidade de Sertão do Rio dos Sinos e nesta a Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Eli Assunção dos Reis. A comunidade onde esta escola está inserida é bem pequena, onde a maioria das famílias se conhece, um lugar calmo, onde a natureza é preservada. A maioria das famílias da comunidade são pessoas idosas.

         A comunidade é composta por varias etnias como: italianos, alemães, brasileiros, bugres, que muito contribuíram para a formação da sociedade. Os italianos trouxeram consigo a fabricação do vinho, os alemães foram os inventores do moinho movido à água. A economia da comunidade é baseada na agricultura e na produção de calçado, muitas pessoas vivem da roça, da criação de gado, galinhas, porcos, etc. Quase todas as famílias possuem hortas onde plantam para seu próprio sustento.

Acima e abaixo as hortas das pessoas da comunidade.

  Em Sertão do Rio dos Sinos as pessoas:

Possuem açudes.

Possuem muitas roças.

Possuem vacas de leite.

Vivem da roça, onde plantam cana, milho, feijão, etc.

Criam gado.

Criam galinhas.

Referencias:
Livro: Raízes de Santo Antônio da Patrulha e Caraá
 (Autores: Coralia Ramos Bemfina, Lézia Maria Cardoso,
 de Figueiredo, Véra Lucia Maciel Barroso e outros.)

Pessoas entrevistadas:
Professora Irenita Cardoso dos Reis.

Um pouco de Caraá...

     O município de Caraá originou-se de Santo Antônio da Patrulha, sendo emancipado e decretado em 1995. O município foi instalado em 1º de janeiro de 1997.

     Caraá possui área territorial de 292,5 km2 e fica situado na Região Litoral Norte do Rio Grande do Sul a 90 km distante de Porto Alegre. Faz limites com os municípios de Maquiné, Osório, Riozinho e Santo Antônio da Patrulha.

     O nome Caraá originou-se devido a existencia de um produto que servia de materia-prima para artesanato usado pelos indígenas, esse produto  era uma planta de nome caraá (taquara fina utilizada para ornamentação).

     Os primeiros habitantes foram os indígenas e mais tarde vieram os luso-açorianos, a colonização começou com a chegada dos imigrantes, principalmente italianos que aqui se estabeleceram.

     A economia do município é baseada praticamente na agricultura, onde a produção primária é a de cana-de-açúcar, típica da região e consequentemente a fabricação artesanal de açúcar mascavo, melado e cachaça, também há os produtos hortigranjeiros como: repolho, beterraba, tomate entre outros. Lavouras de pequeno porte de feijão, milho, arroz, fumo, aipim e batata-doce, assim como pequenas lavouras de subsistência e criação de suínos e gado bovino, completando assim a economia do município.  

     A composição étnica da população caraense é formada por uma mescla de várias raças como: alemães, portugueses, poloneses e grande maioria italianos.

     Caraá conta com o Rio dos Sinos e o Rio Caraá (principais rios do município) e é agraciado com a nascente do Rio dos Sinos, com fortes quedas d'água de mais de 120 metros e mata ciliar.

     A região é interiorana e modesta e apresenta uma ótima receptividade aos turistas, a população é acolhedora, solidária, humilde e conservadora da cultura e costumes de seus antepassados, valorizando o folclore, artesanatos, os "causos", a relegião, gastronomia e principalmente privando pela conservação ambiental e proteção do meio rural.

     Além de ser beneficiado pelos rios que proporcionam ótimos lugares para banhos no verão, o município também conta com belas paisagens, relevos, morros, cascatas localizadas em área de proteção ambiental, propriedades ecológicas, camping com quadras esportivas, rodas d'água, pontes pênsil, reserva indígena, pousada à beira do Rio dos Sinos, locais para descanso, salão de jogos, comida caseira, campos esportivos e também turismo religioso com a festa anual da Romaria em Louvor à Nossa Senhora das Lágrimas com o Santuário com réplica da pintura da Madonna Delle Lacrime, da Itália, considerada a nível estadual, onde ocorre a peregrinação de fiéis, com a realização de itinerários e percursos de cunho religioso.

     Aqui estão algumas imagens dos principais pontos turísticos e algumas belezas do município de Caraá:

 

Camping João Fernandes.

Cascata da Nascente do Rio dos Sinos.

Cascata da Vila Nova.

Estância dos coqueiros em Lageadinho.

Festa do Feijão na Colônia Fraga.

Pousada Camélias Brancas.

Rio dos Sinos.

 Santuário Nossa Sr. das Lágrimas.

Scutellata (tradição do cultivo do Mel).

Infelizmente, alguns pontos negativos...

     Assim como em todo lugar, infelizmente, nada é perfeito e no município de Caraá também encontramos pontos negativos. Os principais problemas que encontramos aqui são: as condições precárias das estradas, a poeira devido às estradas de chão e a coleta do lixo.

Aqui nesta imagem vemos a estrada cheia de pedras e buracos quase não vemos máquinas da prefeitura por aqui.

Devido às fortes chuvas as estradas ficam alagadas e demoram até que fiquem secas novamente, muitas vezes não dá tempo nem de secar e já chove de novo.

     Outro problema é a poeira que é imensa, há lugares que as pessoas quase não podem abrir as portas e janelas, como é o caso da minha mãe que mora mais próximo da estrada.

     A coleta de lixo é uma vez por semana, mas as vezes fica mais de duas semanas sem passar o caminhão da coleta o que ocorre o acumulo de lixo. Os moradores já sabem do problema e colocam os lixos dentro de sacos bem fortes (aqueles que se compra com ração para o gado), evitando assim que os cachorros rasguem e espalhem o lixo. Quando isso não ocorre e o lixo é espalhado algum morador tem que juntar.

     O transporte também é precário, na minha localidade só passa ônibus segunda, quarta e sexta-feira às 12:30 e retorna às 17:30. A maioria dos idosos da comunidade dependem desse transporte para ir receber a aposentadoria, pois recebem no município de Santo Antônio da Patrulha, aqui no Caraá contamos apenas com a agência do Banrisul.

      Quando tenho aula à noite tenho que ir até a casa de minha mãe para pegar o ônibus que passa às 17:30 (fica a uns 3 km da minha casa), mas para voltar da aula não tem transporte e meu marido tem que me buscar todas as vezes. Gostaria muito que isso melhorasse e agradeço à universidade por disponibilizar que os alunos frequentem o polo durante o dia, pois se isso não fosse possível não sei como iria me virar.

     Nosso meu município também é precário quanto à lojas e meios de entretenimento, muitas pessoas e principalmente os jovens buscam isso em outros municípios.

     Embora haja muitas coisas para melhorar temos esperanças e estamos felizes com os avanços que já conseguimos... pois a poucos anos atrás a situação era muito pior. Hoje contamos com:

A agência do Banco Banrisul...

A agência dos Correios....

A Lotérica Caraá...

Temos uma creche e a segunda 

está em construção...

   Depois de muita espera e esperança, que às veses foram perdidas, hoje o município alcançou êxito na pavimentação da estrada que liga o município de Caraá a Santo Antônio da Patrulha. As obras, mesmo em lentidão, estão sendo realizadas dentro do cromograma.  

Aqui estão algumas imagens das obras

da pavimentação...

Máquinas em obra...

     Com o tempo tudo muda... as pessoas, a natureza, a vida, as decisões, as atitudes, também e principalmente os lugares...

Sertão do Rio dos Sinos.

     Depois de descrever um pouco, em geral, sobre o município onde moro, gostaria de mostrar a você mais detalhadamente minha comunidade (localidade) onde moro.

     Eu moro na comunidade de Sertão do Rio dos Sinos em Caraá. O Sertão é um lugar muito calmo, onde a maioria das famílias são de origem italiana. É uma comunidade bem pequena, onde todas as famílias se conhecem e todos são bem unidos.

     Sertão do Rio dos Sinos é um lugar muito tranquilo no meio de morros, sangas e arroio. O que dificulta um pouco é ser afastado de tudo como por exemplo: postos de saúde, hospital, linhas de ônibus, creches, etc.

     Nunca pensei em um dia ter que ir embora do lugar onde moro, me identifico muito com o lugar pois sempre morei aqui, não sei se me adaptaria morar em um lugar diferente. Muitas pessoas criticam e dissem: " como que tu gosta de morar nesse fim de mundo?", mas mesmo assim não abro mão do meu fim de mundo.

     Agora veja algumas paisagens que encontro no local onde vivo...

  

Estes são os belos morros que encontramos no caminho...

Aqui é casa da minha avó paterna...

(à esquerda)

Aqui ao lado e abaixo são imagens 

do Arroio Sertão...

Pra quem não conhece isso é uma sanga, são pequenos córregos de água (à direita).

Vegetação que dá nas beiras das sangas...
(à esquerda). Olhem que beleza!!!

Ao lado e abaixo são os dois mercados que temos na comunidade. O Moro...

... e o Santos.

Madeireira São Geraldo, a única 

em nossa comunidade.

Esta é a escola da nossa comunidade.
(à esquerda).

A maioria das famílias vivem da agricultura, criam gado, galinhas e porcos.

Horta de verduras para consumo próprio...
( à esquerda e abaixo).

Agricultor com a carreta carregada de cana para tratar do gado...

Lidando com o gado...

Potreiros com gado...
(à esquerda e abaixo).

Plantação de fumo...
(à direita e abaixo).

Igreja (em construção) e salão da
religião Adventista.
(à direita).

Igreja e salão da religião Católica.
(à esquerda).

Fábrica de calçados do meu marido...
(à direita).

Galpão para abrigar o gado...
(à esquerda).

Criação de galinhas...

À esquerda e abaixo, imgens do Rio dos Sinos...

À direita ponte pênsil que tenho que atravessar para pegar o ônibus para ir às aulas em dia de enchente, mas às vezes a água chega até a subida dessa ponte, evitando as pessoas de passarem (como aconteceu comigo esses dias e tive que faltar na aula à noite).